Inflação alta: como gerenciar pequenos negócios e diminuir os efeitos da crise?


Foto: Ryan Miguel Capili/Pexels

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerando a inflação oficial do Brasil, ficou em 1,06% em abril, após alta de 1,62% em março, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgadas na segunda semana de maio. A inflação saltou para 12,13% no acumulado de 12 meses, maior inflação para o período de um ano desde outubro de 2003 (13,98%).

E para 2022, a projeção do mercado financeiro para a inflação avançou de 7,65% para 7,89%, o que pode impactar diretamente as micro e pequenas empresas.

Com o aumento de preços nas contas de energia, luz, combustíveis, alimentação, dólar, aluguel e matérias-primas, somados a toda a crise já enfrentada nos últimos anos devido à pandemia, cresce a possibilidade de riscos aos pequenos negócios e exige dos empreendedores muito mais cuidado, planejamento e inteligência na gestão.

A inflação impacta diretamente o poder de compra e desvaloriza o dinheiro. Por isso, neste momento, as empresas precisam analisar com sabedoria quais serão as ações adotadas para contornar mais esse problema.

Dicas

1. Redução no consumo de água, energia elétrica e planos telefônicos - A primeira dica é monitorar as contas básicas da empresa, como faturas de água, energia elétrica e telefonia, que são reajustadas com base na inflação, e tentar criar alternativas para reduzir o valor pago. Um controle cuidadoso dos gastos é fundamental para saber onde diminuir as despesas.

No caso de planos telefônicos, basta tentar trocar por um que seja mais barato e que se adeque às necessidades do negócio. Na utilização dos recursos naturais, pode se pensar em uma política de redução de consumo, utilizando menor quantidade de água e aproveitando, se possível, a iluminação natural dos ambientes. Utilizar conscientemente equipamentos que consomem mais energia elétrica, também pode gerar uma redução na fatura.

2. Crie uma precificação dos produtos/serviços proporcional aos gastos - Com o aumento de alguns itens, toda uma cadeia produtiva acaba sendo impactada. É o caso por exemplo do preço da gasolina, que influencia no preço dos transportes, e por consequência, matéria-prima e produtos. A inflação torna todo tipo de compra mais cara no final, mas é importante lembrar que não é só o empresário que está pagando mais caro. O consumidor também é muito afetado e pode ter a renda comprometida com os aumentos repentinos, o que compromete o poder de compra dele.

Ou seja, é importante que o repasse do produto ou serviço, seja proporcional ao aumento dos gastos, para que as pessoas ainda consigam adquiri-los, sem muito prejuízo com queda nas vendas e baixo lucro. Através da realização da gestão financeira e do fluxo de caixa do negócio, o empreendedor pode se possível, elaborar estratégias para evitar esses repasses ao consumidor, como as atitudes abordadas na primeira dica.

3. Adie investimentos - Como os custos estão elevados, é importante abortar os planos de investimentos arriscados e solicitações de empréstimos e financiamentos que não são urgentes. Em épocas de inflação alta, é preciso desviar da compra de produtos ou equipamentos que podem esperar para serem adquiridos, bem como, de reformas ou mudanças estruturais. Os investimentos só devem ser realizados se forem absolutamente essenciais e caberem no orçamento.

4. Atenção aos indicadores da inflação - É importante saber se os indicadores estão mais altos ou mais baixos para saber controlar as finanças do negócio. Por exemplo, ao saber dos números e perceber que um fornecedor está cobrando um valor acima do taxado, há justificativa plausível para trocar de parceiro.

Essas são algumas das ações que podem ser tomadas para sentir menos as consequências da inflação em pequenas empresas. Solicitar o parcelamento de débitos também pode ser uma ótima opção.

Fonte: Sebrae/SC